O CURRÍCULO ATRAVÉS DAS IMAGENS


Segundo Henry Giroux, currículo é o local onde ativamente se produzem se criam significados sociais, que não devem simplesmente estar no nível da consciência pessoal ou individual; devem estar estreitamente ligados à relações sociais de poder e desigualdade.
Assim, através destas imagens, aqui inseridas, podemos destacar claramente duas concepções de currículo. Uma delas segundo uma concepção de currículo numa perspectiva de educação libertadora, que mostra um caminho, uma direção, um norte. Livre para que qualquer pessoa, em qualquer tempo, possa refletir debater e decidir que rumo tomar. Embora saibamos que poderemos encontrar obstáculos ou elementos perturbadores, ou ainda indecisões sobre a trajetória escolhida, porém, devemos sempre estar abertos para retomadas ou mudanças de rumo. Como não é possível voltar ao passado e fazer um novo começo, poderemos começar agora e fazer um novo final. (Chico Xavier).
Na imagem ao lado, notamos que o animal (no caso, um dromedário), fora retirado do seu habitat natural para compor um novo local totalmente diferente ao seu. Está ali somente por um simples desejo de alguém, para pura atração, estando completamente descontextualizado e descaracterizado de seu meio, do mesmo modo como acontece com um currículo sob a concepção de coleção. Guardar um currículo nessa concepção, sem perspectiva de amplitudes, buscas e conhecimento, é torná-lo simplesmente um reprodutor das desigualdades e das injustiças sociais. Essa perspectiva concentrada e critérios de eficiência e racionalidade burocrática, não levam em consideração o caráter histórico, ético e político das ações humanas e sociais do conhecimento (Giroux, 1981).
Paulo Freire salienta que para o desenvolvimento de um currículo numa concepção libertadora, é importante a participação das pessoas envolvidas no ato pedagógico, para a construção de seus próprios significados, sua própria cultura. Assim, numa escola, os professores (A) devem assumir um papel de “intelectuais transformadores”, que através do diálogo podem dar voz ativa a seus alunos(B).
A educação autentica não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo. O mundo que impressiona e desafia a uns e a outros, originando visões ou pontos de vistas sobre eles. Visões impregnadas de anseios, de dúvidas, de esperanças ou desesperanças que implicitam temas significativos, à base dos quais se constituirá o conteúdo programático da educação.

3 comentários:

  1. Bom, neste texto falei de alguns pontos diferentes de duas concepções de currículo. Na minha visão, uma de currículo como educação libertadora e problematizada e outro de uma concepção de currículo como coleção. è fácil distinguir um caminho (livre, porém com algumas pedras) e um animal aprisionado, retirado de seu habitat natural, pelo proprietário do zoológico,para satisfazer um simples desejo de tê-lo para si e mostrá-lo aos outros, metaforizando assim, este currículo como coleção.

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  2. Paulo, achei essa atividade interessante. Fiqui triste por não poder estar na aula, mas já sei que foi bastante produtiva. Se tiver tempo dá uma "passada" no meu blog e veja o meu texto.

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  3. Você produziu um diálogo seu com as imagens, os significados de currículo a partir delas e ainda trouxe as vozes de autores que tão bem pensam a Educação. Há consistência nisso...

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