Texto 5 ,Páginas 51 A 56
Os dados abaixo são baseados nos livros:
Ideology, culture and the process of schooling (1981) e
Theory and resistance in education (1983).
Na sua fase inicial, a crítica de Giroux esteve centrada, nesse momento, numa reação às perspectivas empíricas e técnicas sobre currículo então dominantes.
Giroux ataca a racionalidade técnica e utilitária, bem como o positivismo das perspectivas dominantes sobre currículo, pois se concentram em critérios de eficiência e racionalidade burocrática, deixando de levar em consideração o caráter histórico, ético e político das ações humanas e sociais e, particularmente, no caso do currículo, do conhecimento, contribuindo para a reprodução das desigualdades e injustiças sociais.
Giroux se inclinava, nesse momento, para uma posição que era claramente tributária do marxismo, mas queria evitar uma identificação com a rigidez economicista de certos enfoques marxistas.
A produção teórica da Escola de Frankfurt com ênfase na dinâmica cultural e na crítica da razão iluminista e da racionalidade técnica, ajustava-se perfeitamente a esse objetivo.
No momento em que Giroux começa a escrever, já estavam em circulação teorizações críticas como podemos citar autores como Althusser, Bourdieu, Bowles e Gintis, não satisfeito com a rigidez estrutural e as conseqüências pessimistas, seu trabalho iria se concentrar, em boa parte, no desenvolvimento de uma cuidadosa crítica dessas perspectivas, bem como no esboço de alternativas para superá-las.
Bowles e Gentis tinham caráter mecanicista e determinista, enquanto as críticas de Bourdieu e Passeron faziam do processo de reprodução cultural e social, dando peso excessivo à dominação e à cultura dominante. Giroux se inspirava mais na fenomenologia e nos modelos interpretativos de teorização social do que nos diversos estruturalismos.
Na Inglaterra, a “nova sociologia da educação” estava preocupada em desenvolver análises que levassem em conta as formas pela quais estudantes e professores desenvolvem, através de negociações o próprio currículo e a vida educacional em geral., ou seja, a construção social pelos próprios agentes do espaço da escola e do currículo. Giroux critica essas análises por não darem atenção às conexões entre as formas de construção do currículo e as relações sociais de controle e poder. É na resistência que Giroux busca bases para desenvolver uma teorização crítica, mas alternativa sobre a pedagogia e o currículo. Uma alternativa que superasse o pessimismo e imobilismo sugeridos pelas teorias de reprodução. Ele fala em “Pedagogia da possibilidade”, conceito central às teorizações da sua fase intermediária. Giroux sugere que existem mediações e ações no nível da escola e do currículo que podem trabalhar contra os desígnios do poder e do controle, devendo haver um lugar para a oposição, resistência, rebelião e subversão.
Giroux é influenciado pelo sociólogo inglês Paul Willis, que também estava insatisfeito com o determinismo econômico das teorias de reprodução, queria saber o que leva jovens de classe operária a voluntariamente escolher empregos de classe operária. Essa destinação é ativamente criada na própria cultura juvenil operária, pela masculinidade fortemente associada com a cultura operária do chão de fábrica.
É essa possibilidade de resistência que Giroux vai desenvolver em seus primeiros trabalhos, pois acredita ser possível canalizar o potencial de resistência demonstrado por estudantes e professores para desenvolver uma pedagogia e um currículo que tenham conteúdo político e crítico das crenças e dos arranjos sociais dominantes. Giroux compreende o currículo fundamentalmente através de conceitos de emancipação e libertação. As pessoas precisam conhecer seu papel diante do controle das instituições e estruturas sociais para se emanciparem e se libertarem do poder e controle. Surgem então três conceitos fundamentais: “esfera pública”: escola e currículo devem ser locais onde os estudantes tenham a oportunidade de exercer as habilidades democráticas de discussão e participação de questionamento dos pressupostos do senso comum da vida social. “intelectual transformador”: professores como pessoas ativamente envolvidas nas atividades críticas e do questionamento, a serviço do processo de emancipação e libertação. “voz”: necessidade, anseios, desejos e pensamento dos alunos para que possam ser ouvidos e atentamente considerados.
Giroux também foi influenciado pela obra de Paulo Freire, com a concepção libertadora de educação, ausentes nas teorias críticas de reprodução. A crítica de Freire sobre a educação bancária e sua concepção do conhecimento como um ato ativo e dialético também combinavam com os esforços de Giroux em desenvolver uma perspectiva de currículo que contestasse os modelos técnicos então dominantes.
Giroux vê a pedagogia e o currículo através da noção de “política cultural”. O currículo não está simplesmente envolvido com a transmissão de fatos e conhecimentos objetivos, pois é um lugar onde ativamente se produzem e se criam significados sociais.
Nos seus últimos livros, Giroux tem se voltado para temáticas e direções cada vez mais com a problemática da cultura populares tal como se apresenta nos cinemas, música e televisão, deixando suas análises mais culturais do que propriamente educacionais.
MINHA MENTE QUASE TRAVOU.MAS ESSE TEXTO ME AJUDOU MUITO, POIS PRECISO APRESENTAR UM TRABALHO COM ESSE TEMA. OBRIGADA!
ResponderExcluirMuito bom seu texto Parabéns!
ResponderExcluir