O CURRÍCULO COMO PROJETO POLÍTICO

O termo político relaciona-se ao sentido de exercer a política de cuidar do que é público, ter habilidade no trato das relações humanas, bem governar.
Politizar na escola e consequentemente no seu currículo é inculcar aos seus alunos e demais membros que a constitui a consciência dos direitos e deveres dos cidadãos. A ação política promove a concentração de pessoas ao redor de ideais, é essencialmente democrática.
Segundo Aristóteles, “o homem é um ser político”, portanto, todas as suas ações se dão de forma intencional e nas relações sociais. A educação sendo uma construção humana e ocorrendo nas relações sociais de forma intencional, passa a ser um ato político. A educação engendra desde sua gênese uma contradição histórica em sua práxis, com interesses antagônicos construídos e desenvolvidos nas relações sociais do meio onde a escola está inserida.
Para Paulo Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa levar as parcelas  desfavorecidas da sociedade a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação e da sua emancipação .
A educação lida, fundamentalmente, com o conhecimento que é produzido e apropriado nas relações humanas vitais, no processo de trabalho. É, pois, imprescindível, ao se analisar qualquer uma das dimensões possíveis da educação, ter em conta a unidade do conhecimento humano, inserindo‑o no processo de formação do indivíduo e de sua objetivação como gênero humano.
Ao discutir o dilema entre a compatibilidade do socialismo com a democracia, Tonet (1997)  levanta algumas discordâncias em relação ao sentido e o caminho da superação da democracia, dentre as quais destaca a sua discordância quanto ao conceito de socialismo.
Não só existiam os tais elementos “substantivos” (socialistas), mas nem sequer existiam os elementos substantivos capitalistas suficientemente desenvolvidos para permitir  a instauração da democracia.(Tonet, 1997:151).
Com isto, aponta que a categoria fundamental na definição do socialismo é a liberdade porém, não a liberdade em geral e tampouco a liberdade expressa pela democracia e pela cidadania. Ao contrário,  é a liberdade plena que deve ser a categoria essencial nesta definição.
A tese de Tonet, nos leva ao caminho do desenvolvimento de relações sociais que visem a desalienação na relação homen-natureza, ou seja, no sentido trabalho enquanto a dimensão social fundante do ser social, o trabalho desalienado como um dos meios para a busca da emancipação humana.
Tonet (1997:173) destaca que, a emancipação humana é afirmada por Marx como o horizonte máximo da humanidade, sendo aquele que expressa e possibilita a efetiva liberdade.

Um comentário:

  1. Seu texto trabalha os elementos centrais de um currículo como um projeto político, sempre. Só faltou um fechamento garantindo diálogo entre os autores citados no texto.

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